A Missão do Senhor Chaitanya Mahaprabhu - As Expansões do Senhor Nityananda


As Expansões do Senhor Nityananda

Da mesma forma como os ramos e sub-ramos do Senhor Chaitanya Mahaprabhu são descritos no Décimo Capítulo, os ramos e sub-ramos de Sri Nityananda Prabhu são citados neste Décimo Primeiro Capítulo.
Verso 1
Depois de prestar minhas reverências a todos devotos de Sri Nityananda Prabhu, que são como abelhas que coletam o mel de Seus pés de lótus, tentarei descrever aqueles que são os mais proeminentes.
Verso 2
Todas as glórias a Sri Chaitanya Mahaprabhu! Qualquer pessoa que se abrigou em Seus pés de lótus é gloriosa.
Verso 3
Todas as glórias a Sri Adwaita Prabhu, Nityananda Prabhu e todos devotos do Senhor Chaitanya Mahaprabhu!
Verso 4
Sri Nityananda Prabhu é o tronco mais elevado da árvore indestrutível do amor eterno ao Supremo, Sri Krishna Chaitanya Mahaprabhu. Presto minhas respeitosas reverências a todos sub-ramos deste tronco mais elevado.
Verso 5
Sri Nityananda Prabhu é um tronco extremamente pesado da árvore de Sri Chaitanya. Muitos ramos e sub-ramos crescem deste tronco.
Verso 6
Regados pelo desejo de Sri Chaitanya Mahaprabhu, esses ramos e sub-ramos cresceram sem limite e cobriram o mundo inteiro com frutos e flores.
Verso 7
Esses ramos e sub-ramos dos devotos são inumeráveis e ilimitados. Quem pode contá-los? Para minha purificação pessoal, vou tentar enumerar apenas os mais proeminentes entre eles.
Iluminação de Srila Prabhupada:
Não se deve escrever livros ou ensaios sobre matéria transcendental com a finalidade de obter nome, fama ou lucro. Literatura transcendental tem que ser escrita sob a direção da autoridade superior porque não se destina a propósitos materiais. Se a pessoa tentar escrever sob a guia da autoridade superior, será purificada. Todas atividades da Consciência de Krishna devem ser feitas para a purificação pessoal (apana sodhite), não para ganho pessoal.
Verso 8
Depois de Nityananda Prabhu, o maior ramo é Virabhadra Gosañi, que também tem inumeráveis ramos e sub-ramos. Não é possível descrever todos eles.
Iluminação de Srila Prabhupada:
Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura descreve Virabhadra Gosañi como filho direto de Srila Nityananda Prabhu e um discípulo de Jahnava-devi. Sua mãe verdadeira é Vasudha. O Sri Gaura-Ganoddesha-Dipika, verso 67, diz que ele é uma encarnação de Kshirodakashayi Vishnu. Portanto, Virabhadra Gosañi não é diferente de Sri Krishna Chaitanya Mahaprabhu. Na vila chamada Jhamatapura, no distrito de Hugali, Virabhadra Gosañi tinha um discípulo chamado Yadunathacharya, que teve duas filhas, uma filha biológica chamada Srimati e uma filha adotiva chamada Narayani. Essas duas filhas casaram, e são mencionadas no Bhakti-ratnakara (Décima Terceira Onda). Virabhadra Gosañi teve três discípulos que são célebres como seus filhos, Gopijana-vallabha, Ramakrishna e Ramachandra. O mais novo, Ramachandra, pertencia à dinastia Shandilya e tinha o sobrenome Vatavyala. Ele estabeleceu sua família em Khadadaha, e seus membros são conhecidos como os goswamis de Khadadaha. O discípulo mais velho, Gopijana-vallabha, morava na vila conhecida como Lata, perto da estação ferroviária de Manakara no distrito de Burdwan. O segundo, Ramakrishna, morava perto de Maladaha, numa vila chamada Gayeshapura. Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura observa que como esses três discípulos pertenciam a diferentes gotras, ou dinastias, também tinham sobrenomes diferentes e moravam em lugares diferentes, não é possível aceitá-los como filhos verdadeiros de Virabhadra Gosañi. Ramachandra teve quatro filhos, dos quais o mais velho é Radhamadhava, cujo terceiro filho se chamava Yadavendra. O filho de Yadavendra é Nandakishora, seu filho é Nidhikrishna, seu filho é Chaitanyachanda, seu filho é Krishnamohana, seu filho é Jaganmohana, seu filho é Vrajanatha, e seu filho é Shyamalala Goswami. Esta é a árvore genealógica dada por Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura dos descendentes de Virabhadra Gosañi.
Verso 9
Apesar de Virabhadra Gosañi ser a Suprema Personalidade de Deus, Ele Se apresentou como um grande devoto. E apesar do Supremo Senhor ser transcendental a todas as leis Védicas, Ele seguia estritamente todos os rituais Védicos.
Verso 10
Ele é o pilar principal da assembléia do serviço devocional erigida por Sri Chaitanya Mahaprabhu. Ele sabia intimamente que agia como o Supremo Senhor Vishnu, mas externamente Ele não tinha orgulho.
Verso 11
Unicamente pela misericórdia gloriosa de Sri Virabhadra Gosañi que as pessoas em todo o mundo agora têm a chance de cantar os nomes de Chaitanya e Nityananda.
Verso 12
Por isso eu me abrigo nos pés de lótus de Virabhadra Gosañi para que por Sua misericórdia meu desejo intenso de escrever o Sri Chaitanya Charitamrita tenha a orientação adequada.
Verso 13
Dois devotos do Senhor Chaitanya, chamados Sri Ramadasa e Gadadhara Dasa, sempre viveram com Sri Virabhadra Gosañi.
Iluminação de Srila Prabhupada:
Sri Ramadasa, conhecido depois como Abhirama Thakura, é um dos doze gopalas, meninos pastores de vacas amigos, de Sri Nityananda Prabhu. O Sri Gaura-Ganoddesha-Dipika, verso 126, afirma que Sri Ramadasa foi anteriormente Sridama. Há uma descrição no Bhakti-ratnakara (Quarta Onda) sobre Srila Abhirama Thakura. Por ordem de Sri Nityananda Prabhu, Abhirama Thakura se tornou um grande acharya e pregador do culto do serviço devocional de Chaitanya. Ele era uma personalidade muito influente, e os não devotos tinham muito medo dele. Pelo poder de Sri Nityananda Prabhu, ele estava sempre em êxtase e tinha extrema compaixão por todos os seres caídos. É dito que se ele prestasse reverências a uma pedra que não fosse shalagrama-shila, ela quebrava imediatamente.
Dezesseis quilômetros ao sul da ferrovia da estação Chanpadanga na linha estreita da estrada de ferro de Howrah, em Calcutá, para Amta, uma vila no distrito Hugali, há uma pequena cidade chamada Khanakula-krishnanagara, onde fica o templo de Abhirama Thakura. Na estação das chuvas essa área fica inundada, então as pessoas têm que ir para lá por outra linha, que agora se chama ferrovia do sudeste. Há uma estação nessa linha chamada Kolaghata, onde se vai de barco a vapor para Ranichaka. Doze quilômetros ao norte de Ranichaka fica Khanakula. O templo de Abhirama Thakura fica em Krishnanagara, que fica perto do kula (margem) do Khana (rio Dwarakesvara), por isso esse lugar é famoso como Khanakula-krishnanagara. Tem uma árvore bakula fora do templo. Esse local é conhecido como Siddha-bakula-kunja. É dito que quando Abhirama Thakura ia lá, ficava sentado em baixo dessa árvore. Em Khanakula-krishnanagara há uma grande feira anual no mês de Chaitra (março-abril) no krishna-saptami, sétimo dia da lua nova (crescente). Muitas centenas de milhares de pessoas participam desse festival. O templo de Abhirama Thakura tem uma história antiga. A Deidade no templo é conhecida como Gopinatha. Há muitas famílias sevaita que vivem perto do templo. É dito que Abhirama Thakura tinha um chicote e quem quer que ele tocasse com esse chicote, imediatamente se tornava um devoto elevado de Krishna. Entre seus muitos discípulos, Sriman Srinivasa Acharya é o mais famoso e o mais querido, mas há dúvidas se ele era seu discípulo iniciado.
Versos 14-15
Quando Nityananda Prabhu recebeu a ordem de ir pregar na Bengala, esses dois devotos [Sri Ramadasa e Gadadhara Dasa] receberam a ordem de ir com Ele. Por isso que às vezes eles são contados entre os devotos do Senhor Chaitanya e outras vezes como devotos do Senhor Nityananda. Similarmente, Madhava e Vasudeva Ghosha pertencem aos dois grupos de devotos simultaneamente.
Iluminação de Srila Prabhupada:
Tem um lugar chamado Danihata, perto da estação ferroviária de Agradwipa e Patuli no distrito de Burdwan, onde fica a Deidade de Sri Gopinathaji. Essa Deidade considerava Govinda Ghosha como Seu pai. Até hoje, a Deidade realiza a cerimônia de shraddha no aniversário da morte de Govinda Ghosha. O templo dessa Deidade é administrado pela família raja-vamsha de Krishnanagara, cujos membros são descendentes de Raja Krishnachandra. Todo ano no mês de Vaishakha, quando há a cerimônia baradola, a Deidade Gopinatha é levada para Krishnanagara. A cerimônia é realizada com outras onze Deidades, e depois Sri Gopinathaji é trazido de volta para o templo em Agradwipa.
Verso 16
Ramadasa, um dos ramos principais, é repleto de amor fraternal pelo Supremo. Ele fez uma flauta com um bambu de dezesseis nós.
Verso 17
Srila Gadadhara Dasa estava sempre profundamente absorto no êxtase como uma gopi. O Senhor Nityananda encenou a peça Danakeli em sua casa.
Verso 18
Sri Madhava Ghosha era um dos líderes de kirtana principais. Quando ele cantava, Nityananda Prabhu dançava.
Verso 19
Quando Vasudeva Ghosha liderava o kirtana, que descrevia o Senhor Chaitanya e Nityananda, até mesmo madeira e pedra derretiam ao ouvir.
Verso 20
Há muitas atividades extraordinárias realizadas por Murari, um grande devoto do Senhor Chaitanya Mahaprabhu. Algumas vezes absorto em êxtase, ele esbofeteava a face dum tigre, e outras vezes, brincava com uma serpente venenosa.
Iluminação de Srila Prabhupada:
Murari Chaitanya Dasa nasceu na vila Sar-vrindavana-pura, que fica a três quilômetros da estação Galashi da ferrovia Burdwan. Quando Murari Chaitanya Dasa veio para Nabadwip, estabeleceu-se na vila Modadruma, ou Mamagachi-grama. Nessa época, ficou conhecido como Sharnga ou Saranga Murari Chaitanya Dasa. Os descendentes de sua família ainda moram em Sarer Pata. Há a seguinte afirmação no Sri Chaitanya Bhagavata, Antya-lila, Capítulo Cinco: "Murari Chaitanya Dasa não tinha características corpóreas materiais, ele era plenamente espiritual. Assim, às vezes ele corria atrás de tigres na selva e os tratava como gatos e cachorros de estimação. Ele dava tapas na face de tigres e pegava serpentes venenosas no colo. Ele não temia pelo seu corpo externo, do qual era plenamente esquecido. Ele passava as vinte e quatro horas do dia dedicado ao cantar do maha-mantra Hare Krishna ou a falar sobre o Senhor Chaitanya e Nityananda. Às vezes, ele ficava submerso na água por dois ou três dias, mas não sofria nenhuma inconveniência corpórea. Por isso se comportava como se fosse pedra ou madeira, mas sempre gastava toda sua energia no cantar do maha-mantra Hare Krishna. Ninguém é capaz de descrever suas características específicas, mas é sabido que onde quer que Murari Chaitanya Dasa passava, quem estivesse presente era iluminado em Consciência de Krishna simplesmente pela atmosfera que ele criava".
Verso 21
Todos companheiros do Senhor Nityananda eram anteriormente meninos pastores de vacas em Vrajabhumi. Seus símbolos característicos são os chifres e bastões que carregam, sua roupa de pastor e as plumas de pavão em suas cabeças.
Iluminação de Srila Prabhupada:
Jahnava-mata também está na lista dos seguidores do Senhor Nityananda. Ela é descrita no Sri Gaura-Ganoddesha-Dipika, verso 66, como Ananga-mañjari de Vrindavana. Todos devotos que são seguidores de Jahnava-mata são considerados pertencentes à lista dos devotos de Sri Nityananda Prabhu.
Verso 22
O médico Raghunatha, também conhecido como Upadhyaya, era um devoto tão elevado que qualquer pessoa apenas por vê-lo despertava seu amor pelo Supremo adormecido.
Verso 23
Sundarananda, outro ramo de Sri Nityananda Prabhu, é o servo mais íntimo do Senhor Nityananda. O Senhor Nityananda Prabhu percebia a vida de Vrajabhumi em sua companhia.
Iluminação de Srila Prabhupada:
O Sri Chaitanya Bhagavata, Antya-lila, Capítulo Cinco, afirma que Sundarananda é um oceano de amor pelo Supremo e o companheiro principal de Sri Nityananda Prabhu. O Sri Gaura-Ganoddesha-Dipika afirma que ele foi Sudama em krishna-lila. Ele é portanto um dos doze meninos pastores de vacas que descenderam com Balarama em Seu advento como Sri Nityananda Prabhu. O lugar sagrado onde Sundarananda viveu fica na vila conhecida como Maheshapura, que fica vinte e três quilômetros a leste da estação Majadiya da ferrovia oriental de Calcutá para Burdwan. Esse lugar fica dentro do distrito de Jeshore, que agora é em Bangladesh. Entre as relíquias dessa vila, só resta a antiga residência de Sundarananda. Um baula (pseudo Vaishnava) mora no fim da vila, e todos os prédios, tanto os templos quanto a casa, parecem que acabaram de serem construídos. Em Maheshapura, têm as Deidades Sri Radhavallabha e Sri Sri Radharamana. Há um pequeno rio perto do templo chamado Vetravati. Sundarananda Prabhu era naisthika-brahmachari, nunca se casou em toda sua vida. Por isso não tem descendentes diretos exceto seus discípulos, mas os descendentes de sua família ainda residem na vila conhecida como Mangaladihi no distrito de Birbhum. Nessa mesma vila, tem um templo de Balarama, e a Deidade é adorada com regularidade. A Deidade original de Maheshapura, Radhavallabha, foi levada pelos Goswamis Saidabad de Berhampur, e desde que as Deidades atuais foram instaladas, uma família do Zamindar de Maheshapura cuida de Sua adoração. O aniversário do desaparecimento de Sundarananda é celebrado regularmente na lua cheia do mês de Magha (janeiro-fevereiro), as pessoas de toda a vizinhança se reúnem para comemorar esse festival.
Verso 24
Kamalakara Pippalai é considerado o terceiro gopala. Seu comportamento e amor pelo Supremo são incomuns, por isso ele é célebre em todo o mundo.
Iluminação de Srila Prabhupada:
O Sri Gaura-Ganoddesha-Dipika, verso 128, descreve Kamalakara Pippalai como o terceiro gopala. Seu nome anterior é Mahabala. A Deidade de Jagannatha de Mahesha em Sri Ramapura foi instalada por Kamalakara Pippalai. Essa vila Mahesha fica cerca de quatro quilômetros da estação ferroviária de Sri Ramapura. A genealogia da família de Kamalakara Pippalai é descrita como se segue. Kamalakara Pippalai teve um filho chamado Chaturbhuja, que teve dois filhos chamados Narayana e Jagannatha. Narayana teve um filho chamado Jagadananda, e o nome de seu filho é Rajivalochana. Na época de Rajivalochana, houve uma crise financeira para a adoração da Deidade de Jagannatha, é dito que o Nawab de Dacca, chamado Shah Suja, doou 1.185 bighas de terra no ano Bengali 1060 (1653 d.C.). Como a terra era de propriedade de Jagannatha, a vila foi batizada de Jagannatha-pura. Contam que quando Kamalakara Pippalai saiu de casa, seu irmão mais novo Nidhipati Pippalai procurou por ele e o encontrou algum tempo depois na vila Mahesha. Nidhipati Pippalai tentou de tudo para trazer seu irmão mais velho de volta para casa, mas ele não voltou. Por causa disso, Nidhipati Pippalai com todos seus membros familiares vieram morar em Mahesha. Os membros dessa família ainda residem na vizinhança da vila Mahesha. O nome da família é Adhikari, e é uma família brâmane.
A história do templo de Jagannatha em Mahesha é a seguinte. Um devoto chamado Dhruvananda foi ver o Senhor Jagannatha, Balarama e Subhadra em Jagannatha Puri, com a esperança de poder oferecer comida para Jagannathaji que cozinhou com suas próprias mãos. Esse era seu desejo. Certa noite, Jagannathaji apareceu para ele no sonho e pediu que ele fosse para Mahesha na beira do Ganges e começasse a adorá-Lo num templo. Assim, Dhruvananda foi para Mahesha, onde achou as três Deidades, Jagannatha, Balarama e Subhadra, que flutuavam no Ganges. Ele pegou as Deidades e As instalou numa pequena cabana, e realizou a adoração ao Senhor Jagannatha com muita satisfação. Quando ficou velho, ficou ansioso para passar a adoração aos cuidados de alguém confiável, e em outro sonho, obteve a permissão de Jagannatha Prabhu para passar a adoração a uma pessoa que encontraria na manhã seguinte. Na manhã seguinte, encontrou Kamalakara Pippalai, que antes era morador da vila Khalijuli na área da floresta Sundaravana na Bengala, e era um Vaishnava puro, um grande devoto do Senhor Jagannatha, assim passou a ele a responsabilidade da adoração imediatamente. Dessa forma, Kamalakara Pippalai se tornou o adorador do Senhor Jagannatha, e desde então, os membros de sua família foram designados como Adhikari, que significa "aquele que recebeu o poder para adorar o Senhor". Esses Adhikaris pertencem a uma família brâmane respeitável. Cinco tipos de brâmanes de alta classe são reconhecidos pelo sobrenome Pippalai.
Verso 25
Suryadasa Sarakhela e seu irmão mais novo Krishnadasa Sarakhela tinham fé firme em Nityananda Prabhu. Eles são um reservatório de amor pelo Supremo.
Iluminação de Srila Prabhupada:
O Bhakti-ratnakara (Décima Segunda Onda) afirma que há um lugar chamado Shaligrama a poucos quilômetros de Nabadwip onde ficava a residência de Suryadasa Sarakhela. Ele tinha um emprego de secretário do governo muçulmano nessa época, por isso acumulou uma boa fortuna. Suryadasa tinha quatro irmãos, que eram todos Vaishnavas puros. Vasudha e Jahnava eram duas filhas de Suryadasa Sarakhela.
Verso 26
Gauridasa Pandita, o emblema do serviço devocional em amor ao Supremo mais elevado, possui a maior força para receber e entregar esse amor.
Iluminação de Srila Prabhupada:
Contam que Gauridasa Pandita era sempre patrocinado pelo rei Krishnadasa, filho de Harihoda. Gauridasa Pandita morava na vila Shaligrama, que fica a poucos quilômetros da estação ferroviária Mudagacha, e depois veio morar em Ambika-kalana. O Sri Gaura-Ganoddesha-Dipika, verso 128, afirma que ele foi Subala antes, um dos meninos pastores de vacas amigos de Krishna e Balarama em Vrindavana. Gauridasa Pandita era o irmão mais novo de Suryadasa Sarakhela, e com a permissão de seu irmão mais velho, mudou sua residência para a beira do Ganges, e viveu na cidade conhecida como Ambika-kalana. Alguns dos nomes dos descendentes de Gauridasa Pandita são os seguintes: (1) Sri Nrisimha-Chaitanya, (2) Krishnadasa, (3) Vishnudasa, (4) Bada Balarama Dasa, (5) Govinda, (6) Raghunatha, (7) Badu Gangadasa, (8) Auliya Gangarama, (9) Yadavacharya, (10) Hridaya-Chaitanya, (11) Chanda Haladara, (12) Mahesha Pandita, (13) Mukuta Raya, (14) Bhatuya Gangarama, (15) Auliya Chaitanya, (16) Kaliya Krishnadasa, (17) Patuya Gopala, (18) Bada Jagannatha, (19) Nityananda, (20) Bhavi, (21) Jagadisha, (22) Raiya Krishnadasa e (22 ½) Annapurna. O filho mais velho de Gauridasa Pandita é conhecido como grande Balarama, e o mais novo é conhecido como Raghunatha. Os filhos de Raghunatha são Mahesha Pandita e Govinda. A filha de Gauridasa Pandita é conhecida como Annapurna.
A vila Ambika-kalana, bem em frente a Shantipura do outro lado do Ganges, fica a três quilômetros a leste da estação Kalana-korta da ferrovia oriental. Tem um templo em Ambika-kalana construído pelo Zamindar de Burdwan. Há uma grande árvore de tamarindo na frente do templo, e contam que Gauridasa Pandita e o Senhor Chaitanya Mahaprabhu se reuniam em baixo dessa árvore. O local onde fica o templo é conhecido como Ambika, e porque está na área de Kalana, a vila é conhecida como Ambika-kalana. Contam que ainda existe uma cópia do Bhagavad-gita escrita por Sri Chaitanya Mahaprabhu nesse templo.
Verso 27
Gauridasa Pandita fez o Senhor Chaitanya e o Senhor Nityananda os Senhores de sua vida e sacrificou tudo para o serviço do Senhor Nityananda, até mesmo o companheirismo de sua própria família.
Verso 28
O décimo terceiro devoto importante de Sri Nityananda Prabhu é Pandita Purandara, que se move no oceano de amor ao Supremo como o monte Mandara.
Iluminação de Srila Prabhupada:
Pandita Purandara encontrou Sri Nityananda Prabhu em Khadadaha. Quando Nityananda Prabhu visitou essa vila, dançou de forma incomum, e Sua dança cativou Purandara Pandita. O pandita estava em cima duma árvore, e quando viu a dança de Nityananda, pulou no chão e se proclamou como Angada, um dos devotos do exército de Hanuman durante os passatempos do Senhor Ramachandra.
Verso 29
Paramesvara Dasa, considerado o quinto gopala de krishna-lila, rendeu-se plenamente aos pés de lótus de Nityananda. Qualquer um que lembre seu nome, Paramesvara Dasa, obterá o amor de Krishna com muita facilidade.
Iluminação de Srila Prabhupada:
O Sri Chaitanya Bhagavata afirma que Paramesvara Dasa, às vezes também conhecido como Paramesvari Dasa, é a vida e a alma de Sri Nityananda Prabhu. O corpo de Paramesvara Dasa é o local dos passatempos do Senhor Nityananda. Paramesvara Dasa, que morou algum tempo na vila Khadadaha, sempre estava intensamente repleto do êxtase de menino pastor de vacas. Ele foi anteriormente Arjuna, um menino pastor de vacas amigo de Krishna e Balarama. Ele é o quinto dos doze gopalas. Ele acompanhou Srimati Jahnava-devi quando ela realizou o festival em Kheturi. O Bhakti-ratnakara afirma que ele instalou Radha-Gopinatha no templo de Atapura no distrito de Hugali por ordem de Srimati Jahnava-mata. A estação de Atapura fica na ferrovia com linha estreita entre Howrah e Amata. Tem outro templo em Atapura, construído pela família Mitra, conhecido como templo Radha-Govinda. Tem um lugar muito atraente em frente ao templo entre duas árvores bakula e uma árvore kadamba onde fica o túmulo de Paramesvari Thakura, em cima tem um altar com um arbusto de tulasi. Dizem que a árvore kadamba dá só uma flor por ano que é oferecida à Deidade.
Dizem que Paramesvari Thakura pertencia a uma família vaidya. Um descendente de seu irmão é um adorador do templo no presente. Alguns de seus membros familiares ainda residem no distrito de Hugali, perto da agência de correio de Chanditala. Os descendentes de Paramesvari Thakura aceitaram muitos discípulos de famílias brâmanes, mas como os discípulos gradualmente adotaram a profissão médica, as pessoas das famílias brâmanes pararam de se tornar seus discípulos. Os títulos familiares dos descendentes de Paramesvari são Adhikari e Gupta. Infelizmente, os membros de sua família não adoram a Deidade diretamente, mas contratam brâmanes pagos para adorar a Deidade. No templo, Baladeva e Sri Sri Radha-Gopinatha estão juntos no trono. Supõe-se que a Deidade de Baladeva foi instalada depois porque segundo o relacionamento transcendental, Baladeva, Krishna e Radha não podem estar no mesmo trono. O festival do desaparecimento de Paramesvari Thakura é celebrado na lua cheia do mês de Vaishakha (abril-maio) nesse templo.
Verso 30
Jagadisha Pandita, o décimo quinto ramo dos seguidores do Senhor Nityananda, é o libertador do mundo inteiro. O amor devocional de Krishna jorra dele como torrentes de chuva.
Iluminação de Srila Prabhupada:
Há descrições sobre Jagadisha Pandita no Sri Chaitanya Bhagavata, Adi-lila, Capítulo Seis, e Sri Chaitanya Charitamrita, Adi-lila, Capítulo Quatorze. Ele pertencia à vila Yashada-grama, no distrito de Nadia perto da estação ferroviária de Chakadaha. Seu pai, filho de Bhatta Narayana, se chamava Kamalaksha. Seu pai e sua mãe eram grandes devotos do Senhor Vishnu, e depois da morte deles, Jagadisha, com sua esposa Duhkhini e irmão Mahesha, deixaram seu local de nascimento e vieram para Sri Mayapur para viverem na companhia de Jagannatha Mishra e outros Vaishnavas. O Senhor Chaitanya pediu para Jagadisha ir para Jagannatha Puri pregar o movimento hari-nama sankirtana. Depois voltou de Jagannatha Puri, e pela ordem do Senhor Jagannatha, instalou as Deidades de Jagannatha na vila Yashada-grama. Dizem que quando Jagadisha Pandita trouxe a Deidade de Jagannatha para Yashada-grama, amarrou a Deidade pesadíssima num bastão e A carregou dessa forma para a vila. Os sacerdotes do templo ainda mostram o bastão que Jagadisha Pandita usou para carregar a Deidade de Jagannatha.
Verso 31
O décimo sexto servo querido de Nityananda Prabhu é Dhananjaya Pandita. Ele era muito renunciado e sempre absorto no amor de Krishna.
Iluminação de Srila Prabhupada:
Pandita Dhananjaya era morador de uma vila em Katwa chamada Shitala. Ele era um dos doze gopalas. Seu nome anterior, segundo o Sri Gaura-Ganoddesha-Dipika verso 127, era Vasudama. Shitala-grama fica perto da delegacia de polícia de Mangalakota e da agência dos correios de Kaichara no distrito de Burdwan. Na ferrovia de linha estreita de Burdwan para Katwa, há uma estação cerca de onze quilômetros de Katwa conhecida como Kaichara. É preciso andar quase dois quilômetros dessa estação para chegar em Shitala. O templo era uma casa de taipa coberta de palha. Algum tempo atrás, os Zamindars de Bajaravana Kabashi, os Mulliks, construíram uma casa grande para ser o templo, mas nos últimos sessenta e cinco anos, o templo ruiu e foi abandonado. O alicerce do templo antigo ainda pode ser visto. Há um pilar com tulasi perto do templo, e o dia do desaparecimento de Dhananjaya é celebrado todo ano no mês de janeiro. Dizem que Pandita Dhananjaya ficou no grupo de sankirtana sob a direção de Sri Chaitanya Mahaprabhu, e depois foi para Vrindavana. Antes de ir para Vrindavana, ele ficou algum tempo na vila chamada Sanchadapanchada, que fica dez quilômetros ao sul da estação ferroviária de Memari. Essa vila é conhecida às vezes como "o lugar de Dhananjaya" (Dhananjayera Pata). Depois de algum tempo, ele deixou a responsabilidade da adoração com um discípulo e voltou para Vrindavana. Depois que voltou de Vrindavana para Shitala-grama, instalou a Deidade de Gaurasundara no templo. Os descendentes de Pandita Dhananjaya ainda vivem em Shitala-grama e cuidam da adoração no templo.
Verso 32
Mahesha Pandita, o sétimo dos doze gopalas, era muito liberal. Com muito amor de Krishna, ele dançava ao toque de um címbalo como um louco.
Iluminação de Srila Prabhupada:
A vila de Mahesha Pandita, conhecida como Palapada, fica no distrito de Nadia dentro duma floresta cerca de dois quilômetros ao sul da estação ferroviária de Chakadaha. O Ganges passa perto. Dizem que Mahesha Pandita vivia antes no lado leste de Jirat na vila conhecida como Masipura ou Yashipura, quando Masipura ficou alagada com uma inundação do Ganges, as Deidades foram trazidas para Palapada, que fica no meio de várias vilas como Beledanga, Berigrama, Sukhasagara, Chandude e Manasapota. Há cerca de quatorze vilas, e a vizinhança inteira é conhecida como Panchanagara Paragana. É mencionado que Mahesha Pandita participou do festival realizado por Sri Nityananda Prabhu em Panihati. Narottama Dasa Thakura também participou desse festival, e Mahesha Pandita o encontrou nessa ocasião. O templo de Mahesha Pandita tem as Deidades Gaura-Nityananda, Sri Gopinatha, Sri Madana-mohana e Radha-Govinda, bem como uma shalagrama-shila.
Verso 33
Purushottama Pandita, morador de Nabadwip, é o oitavo gopala. Ele ficava quase louco quando ouvia o nome de Nityananda Prabhu.
Iluminação de Srila Prabhupada:
O Sri Chaitanya Bhagavata afirma que Purushottama Pandita nasceu em Nabadwip e é um grande devoto do Senhor Nityananda Prabhu. Como um dos doze gopalas, seu nome anterior é Stokakrishna.
Verso 34
Balarama Dasa sempre saboreava plenamente o néctar do amor de Krishna. Quando ouvia o nome de Nityananda Prabhu, ficava altamente enlouquecido.
Verso 35
Yadunatha Kavichandra é um grande devoto. O Senhor Nityananda Prabhu sempre dança em seu coração.
Iluminação de Srila Prabhupada:
O Sri Chaitanya Bhagavata, Madhya-lila, Capítulo Um, afirma que um cavalheiro chamado Ratnagarbha Acharya era amigo do pai de Sri Chaitanya Mahaprabhu. Eles moravam na mesma vila. Ele teve três filhos, Krishnananda, Jiva e Yadunatha Kavichandra.
Verso 36
O vigésimo primeiro devoto de Sri Nityananda Prabhu na Bengala é Krishnadasa Brahmana, que é um servo do Senhor de primeira classe.
Iluminação de Srila Prabhupada:
Radha-desha se refere à parte da Bengala onde o Ganges não flui.
Verso 37
O vigésimo segundo devoto do Senhor Nityananda Prabhu é Kala Krishnadasa, que é o nono menino pastor de vacas. Ele é um Vaishnava de primeira classe e não conhecia mais nada além de Nityananda Prabhu.
Iluminação de Srila Prabhupada:
O Sri Gaura-Ganoddesha-Dipika, verso 132, afirma que Kala Krishnadasa, também conhecido como Kaliya Krishnadasa, foi anteriormente um gopa (menino pastor de vacas) chamado Lavanga. Ele é um dos doze meninos pastores de vacas. Kaliya Krishnadasa tinha sua sede na vila chamada Akaihata, que fica no distrito de Burdwan dentro da jurisdição da agência de correios e delegacia de polícia de Katwa. Fica na estrada para Nabadwip. Para chegar em Akaihata, é preciso ir da estação de conexão de Vyandela para a estação ferroviária de Katwa e depois andar mais três quilômetros, ou então descer na estação de Danihata e andar mais dois quilômetros. A vila Akaihata é muito pequena. Tem um festival no mês de Chaitra, no dia de Varuni, que comemora o dia do desaparecimento de Kala Krishnadasa.
Verso 38
O vigésimo terceiro e vigésimo quarto devotos proeminentes de Nityananda Prabhu são Sadashiva Kaviraja e seu filho Purushottama Dasa, que é o décimo gopala.
Verso 39
Desde o nascimento, Purushottama Dasa ficava absorto no serviço aos pés de lótus do Senhor Nityananda Prabhu, e sempre se dedicava a brincadeiras infantis com o Senhor Krishna.
Iluminação de Srila Prabhupada:
Sadashiva Kaviraja e Nagara Purushottama, que são pai e filho, são descritos no Sri Chaitanya Bhagavata como maha-bhagyavan, altamente afortunados. Eles pertenciam à casta vaidya dos médicos védicos. O Sri Gaura-Ganoddesha-Dipika verso 156, afirma que Chandravali, uma das gopis mais queridas de Krishna, nasceu depois como Sadashiva Kaviraja. Os versos 194 e 200 afirmam que Kamsari Sena, o pai de Sadashiva Kaviraja, era anteriormente a gopi chamada Ratnavali nos passatempos de Krishna. Todos os membros familiares de Sadashiva Kaviraja são grandes devotos do Senhor Chaitanya Mahaprabhu. Purushottama Dasa Thakura ficava algumas vezes em Sukhasagara, perto das estações ferroviárias de Chakadaha e Shimurali. Todas as Deidades instaladas por Purushottama Thakura ficavam antes em Beledanga-grama, mas quando o templo foi destruído, as Deidades foram trazidas para Sukhasagara. Quando o templo ficou submerso no leito do Ganges, as Deidades foram trazidas junto com a Deidade de Jahnava-mata para Sahebadanga Bedigrama. Como esse lugar também foi destruído, todas as Deidades agora ficam na vila chamada Chandude-grama, que fica a dois quilômetros de Palapada, como descrito acima.
Verso 40
Sri Kanu Thakura, um cavalheiro muito honrado, é filho de Purushottama Dasa Thakura. Ele é um devoto tão elevado que o Senhor Krishna sempre vive em seu corpo.
Iluminação de Srila Prabhupada:
Para ir à sede de Kanu Thakura, tem-se que pegar um barco na estação Jhikaragacha-ghata para o rio conhecido como Kapotaksha. Outro jeito é andar quatro quilômetros da estação de Jhikaragacha-ghata até ver Bodhakhana, a sede de Kanu Thakura. O filho de Sadashiva é Purushottama Thakura, e seu filho é Kanu Thakura. Os descendentes de Kanu Thakura o conhecem como Nagara Purushottama. Ele é o menino pastor de vacas chamado Dama durante krishna-lila. Dizem que logo depois do nascimento de Kanu Thakura, sua mãe, Jahnava, morreu. Quando tinha por volta de doze anos, Sri Nityananda Prabhu o levou para Sua casa em Khadadaha. Calcula-se que Kanu Thakura nasceu no ano Bengali 942 (1535 d.C.). Dizem que ele nasceu no dia do festival de Ratha-yatra. Como era um grande devoto do Senhor Krishna desde o começo de sua vida, Sri Nityananda Prabhu lhe deu o nome Shishu Krishnadasa. Quando tinha cinco anos, foi para Vrindavana com Jahnava-mata, ao verem os sintomas de êxtase de Kanu Thakura, os Goswamis lhe deram o nome Kanai Thakura.
Tem uma Deidade Radha-Krishna na família de Kanu Thakura conhecida como Pranavallabha. Dizem que sua família adorava a Deidade muito antes do advento do Senhor Chaitanya Mahaprabhu. Quando houve a invasão Maharashtra na Bengala, a família de Kanu Thakura foi dizimada, e depois da invasão, um Harikrishna Goswami da família voltou ao seu lar original, Bodhakhana, e reinstalou a Deidade Pranavallabha. Os descendentes da família ainda se ocupam no serviço a Pranavallabha. Kanu Thakura estava presente no festival Khetari utsava, quando Jahnava-devi e Virabhadra Goswami também estavam presentes. Um dos membros da família de Kanu Thakura, Madhavacharya, casou com a filha de Sri Nityananda Prabhu, que se chama Gangadevi. Tanto Purushottama Thakura quanto Kanu Thakura tiveram muitos discípulos de famílias brâmanes. A maioria dos discípulos descendentes de Kanu Thakura agora vive na vila chamada Gadabeta, na beira do rio Shilavati, no distrito de Midnapore.
Verso 41
Uddharana Datta Thakura, o décimo primeiro dos doze meninos pastores de vacas, é um devoto elevado do Senhor Nityananda Prabhu. Ele adorava os pés de lótus do Senhor Nityananda em todos aspectos.
Iluminação de Srila Prabhupada:
O Sri Gaura-Ganoddesha-Dipika, verso 129, afirma que Uddharana Datta Thakura foi anteriormente o menino pastor de vacas de Vrindavana chamado Subahu. Uddharana Datta Thakura, conhecido anteriormente como Sri Uddharana Datta, era morador de Saptagrama, que fica na beira do rio Sarasvati perto da estação ferroviária de Trishabigha no distrito de Hugali. Saptagrama era uma cidade bem grande na época de Uddharana Thakura, compreendia muitos outros lugares como Vasudeva-pura, Banshabediya, Krishnapura, Nityananda-pura, Shivapura, Shankhanagara e Saptagrama.
Calcutá se desenvolveu durante o domínio britânico pela influência da comunidade mercantil, e especialmente pela comunidade suvarna-vanik que veio de Saptagrama para estabelecer seus negócios e lares por toda Calcutá. Eram conhecidos como a comunidade mercantil Saptagrami de Calcutá, e a maioria pertencia às famílias Mullik e Sil. Mais da metade de Calcutá pertencia a essa comunidade, como é o caso de Srila Uddharana Thakura. Nossa família paterna também veio desse distrito e pertence à mesma comunidade. Os Mulliks de Calcutá são divididos em duas famílias, a família Sil e a família De. Todos Mulliks da família De pertencem originalmente à mesma família e gotra. Nós também anteriormente pertencíamos ao ramo da família De cujos membros, de laços íntimos com os governantes muçulmanos, receberam o título Mullik.
O Sri Chaitanya Bhagavata, Antya-khanda, Capítulo Cinco, afirma que Uddharana Datta era um Vaishnava extremamente elevado e liberal. Ele nasceu com o direito de adorar Nityananda Prabhu. Dizem que Nityananda Prabhu, depois de ficar em Khadadaha por algum tempo, veio para Saptagrama e ficou na casa de Uddharana Datta. A comunidade suvarna-vanik que Uddharana Datta pertencia era na realidade uma comunidade Vaishnava. Seus membros são banqueiros e comerciantes de ouro (suvarna significa "ouro", e vanik significa "comerciante"). Muito tempo atrás, houve um desentendimento entre Balla Sena e a comunidade suvarna-vanik por causa do grande banqueiro Gauri Sena. Balla Sena tomava empréstimos de Gauri Sena e gastava dinheiro com extravagância, por isso Gauri Sena parou de fornecer dinheiro. Balla Sena se vingou por instigar uma conspiração social para tornar os suvarna-vaniks párias, desde então eles foram rejeitados das classes superiores, a saber, brahmanas, kshatriyas e vaishyas. Mas pela graça de Srila Nityananda Prabhu, a comunidade suvarna-vanik foi elevada novamente. O Sri Chaitanya Bhagavata afirma, yateka vanik-kula uddharana haite pavitra ha-ila dvidha nahika ihate: não há nenhuma dúvida que todos os membros da sociedade suvarna-vanik foram purificados novamente por Sri Nityananda Prabhu.
Em Saptagrama ainda tem um templo com a Deidade de seis braços de Sri Chaitanya Mahaprabhu que foi adorada pessoalmente por Srila Uddharana Datta Thakura. No lado direito de Sri Chaitanya Mahaprabhu tem uma Deidade de Sri Nityananda Prabhu, e no lado esquerdo está Gadadhara Prabhu. Também tem uma murti de Radha-Govinda e uma shalagrama-shila, e abaixo do trono tem um retrato de Sri Uddharana Datta Thakura. Atualmente, tem um grande salão na frente do templo, e na frente do salão tem uma planta Madhavi-lata. O templo fica num local com sobra fresca e muito bem situado. Quando voltei da América em 1967, os membros do comitê executivo desse templo nos convidaram para visitá-lo, assim tivemos a oportunidade de visitar esse templo com alguns alunos americanos. Anteriormente, na nossa infância, visitamos esse templo com nossos pais porque todos os membros da comunidade suvarna-vanik se interessam com muito entusiasmo nesse templo de Uddharana Datta Thakura. No ano Bengali 1283 (1876 d.C.) um babaji chamado Nitai Dasa organizou a doação de doze bighas de terra para esse templo. A administração do templo se deteriorou depois, mas em 1306 (1899 d.C.), com a cooperação do famoso Balarama Mullik de Hugali, que era juiz auxiliar, e vários membros ricos da comunidade suvarna-vanik, a administração do templo melhorou muito. Não mais de cinqüenta anos atrás, um dos membros de família de Uddharana Datta Thakura chamado Jagamohana Datta instalou uma murti (estátua) de madeira de Uddharana Datta Thakura no templo, mas essa murti não está mais lá; no presente, tem um retrato de Uddharana Datta Thakura para adoração. Sabe-se entretanto que a murti de madeira de Uddharana Thakura foi levada por Sri Madana-mohana Datta e agora é adorada com uma shalagrama-shila por Srinatha Datta.
Uddharana Datta Thakura era o administrador do estado de um grande Zamindar em Naihati, que fica a quatro quilômetros ao norte de Katwa. As relíquias dessa família real ainda são visíveis perto da estação de Dainhata. Como Uddharana Datta Thakura era o administrador do estado, também era conhecido como Uddharana-pura. Uddharana Datta Thakura instalou Deidades de Nitai-Gaura que depois foram trazidas para a casa do Zamindar, que era conhecido como Vanaoyaribada. Srila Uddharana Datta Thakura permaneceu chefe de família a vida inteira. O nome de seu pai é Srikara Datta, o nome de sua mãe é Bhadravati, o nome de seu filho é Srinivasa Datta.
Verso 42
O vigésimo sétimo devoto proeminente de Nityananda Prabhu é Acharya Vaishnavananda, uma grande personalidade do serviço devocional. Ele era conhecido anteriormente como Raghunatha Puri.
Iluminação de Srila Prabhupada:
O Sri Gaura-Ganoddesha-Dipika, verso 97, afirma que Raghunatha Puri era anteriormente muito poderoso com as oito perfeições místicas. Ele é uma encarnação de uma das perfeições.
Verso 43
Outro devoto importante do Senhor Nityananda Prabhu é Vishnudasa, que tem dois irmãos, Nandana e Gangadasa. O Senhor Nityananda Prabhu ficava na casa deles algumas vezes.
Iluminação de Srila Prabhupada:
Os três irmãos Vishnudasa, Nandana e Gangadasa eram moradores de Nabadwip e pertenciam à família brâmane Bhattacharya. Vishnudasa e Gangadasa ficaram por algum tempo com Sri Chaitanya Mahaprabhu em Jagannatha Puri, e o Sri Chaitanya Bhagavata afirma que Nityananda Prabhu ficava anteriormente na casa deles.
Verso 44
Paramananda Upadhyaya é um grande servo de Nityananda Prabhu. Sri Jiva Pandita glorificou as qualidades de Sri Nityananda Prabhu.
Iluminação de Srila Prabhupada:
Sri Paramananda Upadhyaya é um devoto avançado. Seu nome é mencionado no Sri Chaitanya Bhagavata, onde Sri Jiva Pandita também é mencionado como o segundo filho de Ratnagarbha Acharya e um amigo de infância de Hadai Ojha, o pai de Nityananda Prabhu. O Sri Gaura-Ganoddesha-Dipika, verso 169, afirma que Sri Jiva Pandita foi anteriormente a gopi chamada Indira.
Verso 45
O trigésimo primeiro devoto do Senhor Nityananda Prabhu é Paramananda Gupta, que é muito devotado ao Senhor Krishna e altamente avançado em consciência espiritual. Nityananda Prabhu também morou anteriormente em sua casa por algum tempo.
Iluminação de Srila Prabhupada:
Paramananda Gupta compôs uma prece ao Senhor Krishna conhecida como Krishna-stavavali. O Sri Gaura-Ganoddesha-Dipika, versos 194 e 199, afirma que ele foi anteriormente a gopi chamada Manjumedha.
Verso 46
O trigésimo segundo, trigésimo terceiro, trigésimo quarto e trigésimo quinto devotos proeminentes são Narayana, Krishnadasa, Manohara e Devananda, que sempre se dedicam ao serviço do Senhor Nityananda.
Verso 47
O trigésimo sexto devoto do Senhor Nityananda é Hoda Krishnadasa, cuja vida e alma é Nityananda Prabhu. Ele sempre se dedica aos pés de lótus de Nityananda, e não conhecia ninguém mais além Dele.
Iluminação de Srila Prabhupada:
A residência de Krishnadasa Hoda era Badagachi, que agora fica em Bangladesh.
Verso 48
Entre os devotos do Senhor Nityananda, Nakadi é o trigésimo sétimo, Mukunda o trigésimo oitavo, Surya o trigésimo nono, Madhava o quadragésimo, Sridhara o quadragésimo primeiro, Ramananda o quadragésimo segundo, Jagannatha o quadragésimo terceiro e Mahidhara o quadragésimo quarto.
Iluminação de Srila Prabhupada:
Sridhara é o décimo segundo gopala.
Verso 49
Srimanta é o quadragésimo quinto, Gokula Dasa o quadragésimo sexto, Hariharananda o quadragésimo sétimo, Shivai o quadragésimo oitavo, Nandai o quadragésimo nono e Paramananda qüinquagésimo.
Verso 50
Vasanta é o qüinquagésimo primeiro, Navani Hoda o qüinquagésimo segundo, Gopala o qüinquagésimo terceiro, Sanatana o qüinquagésimo quarto, Vishnai o qüinquagésimo quinto, Krishnananda o qüinquagésimo sexto e Sulocana o qüinquagésimo sétimo.
Iluminação de Srila Prabhupada:
Navani Hoda parece que é o mesmo Hoda Krishnadasa, filho do rei de Badagachi. Seu pai se chamava Hari Hoda. Pode-se visitar Badagachi pela linha da ferrovia Lalagola-ghata. O Ganges fluía anteriormente por Badagachi, mas agora se tornou um canal conhecido como Kalshira Khala. Tem uma vila perto da estação de Mudagacha conhecida como Shaligrama onde o rei Krishnadasa organizou o casamento de Sri Nityananda Prabhu, como está descrito no Bhakti-ratnakara,(Décima Segunda Onda). Às vezes dizem que Navani Hoda é filho de Raja Krishnadasa. Seus descendentes ainda vivem em Rukunapura, uma vila perto de Bahiragachi. Eles pertencem à comunidade dakshina-radhiya-kayastha, mas como se tornaram brâmanes, ainda iniciam todas as classes de pessoas.
Verso 51
O qüinquagésimo oitavo grande devoto do Senhor Nityananda Prabhu é Kamsari Sena, o qüinquagésimo nono é Ramasena, o sexagésimo é Ramachandra Kaviraja, e o sexagésimo primeiro, sexagésimo segundo e sexagésimo terceiro são Govinda, Sriranga e Mukunda, que eram todos médicos.
Iluminação de Srila Prabhupada:
Sri Ramachandra Kaviraja, filho de Khandavasi Chiranjiva e Sunanda, é discípulo de Srinivasa Acharya e o amigo mais íntimo de Narottama Dasa Thakura, que orou várias vezes pela companhia dele. Seu irmão mais novo é Govinda Kaviraja. Srila Jiva Goswami apreciava muito a grande devoção de Sri Ramachandra Kaviraja pelo Senhor Krishna e por isso lhe deu o título Kaviraja. Sri Ramachandra Kaviraja, que é perpetuamente desinteressado em vida familiar, ajudou imensamente o trabalho de pregação de Srinivasa Acharya e Narottama Dasa Thakura. Ele morou primeiro em Srikhanda mas depois foi para a vila Kumara-nagara na beira do Ganges.
Govinda Kaviraja é irmão de Ramachandra Kaviraja e o filho mais novo de Chiranjiva de Srikhanda. Apesar de ser um shakta, ou adorador da deusa Durga, inicialmente, depois foi iniciado por Srinivasa Acharya Prabhu. Govinda Kaviraja também morou primeiro em Srikhanda e depois em Kumara-nagara, mais tarde mudou para a vila conhecida como Teliya Budhari, na margem sul do rio Padma. Como Govinda Kaviraja, autor dos dois livros Sangita-madhava e Gitamrita, é um grande kavi Vaishnava, ou poeta, Srila Jiva Goswami lhe deu o título Kaviraja. Ele é descrito no Bhakti-ratnakara (Nona Onda).
Kamsari Sena foi anteriormente Ratnavali em Vraja, como o Sri Gaura-Ganoddesha-Dipika, versos 194 e 200, descreve.
Verso 52
Entre os devotos do Senhor Nityananda Prabhu, Pitambara é o sexagésimo quarto, Madhavacharya o sexagésimo quinto, Damodara Dasa o sexagésimo sexto, Shankara o sexagésimo sétimo, Mukunda o sexagésimo oitavo, Jñana Dasa o sexagésimo nono e Manohara o setuagésimo.
Verso 53
O Gopala dançarino é o setuagésimo primeiro, Ramabhadra o setuagésimo segundo, Gauranga Dasa o setuagésimo terceiro, Nrisimha-Chaitanya o setuagésimo quarto e Minaketana Ramadasa o setuagésimo quinto.
Iluminação de Srila Prabhupada:
O Sri Gaura-Ganoddesha-Dipika, verso 68, descreve Minaketana Ramadasa como uma encarnação de Sankarshana.
Verso 54
Vrindavana Dasa Thakura, filho de Srimati Narayani, compôs o Sri Chaitanya-mangala (mais tarde conhecido como Sri Chaitanya Bhagavata).
Verso 55
Srila Vyasadeva descreveu os passatempos de Krishna no Srimad Bhagavatam. O Vyasa dos passatempos do Senhor Chaitanya Mahaprabhu é Vrindavana Dasa.
Iluminação de Srila Prabhupada:
Srila Vrindavana Dasa Thakura é uma encarnação de Vedavyasa e também um menino pastor de vacas amigo chamado Kusumapida em krishna-lila. Em outras palavras, o autor do Sri Chaitanya Bhagavata, Srila Vrindavana Dasa Thakura, filho da sobrinha de Shrivasa Thakura, Narayani, é uma encarnação combinada de Vedavyasa e o menino pastor de vacas Kusumapida. Há uma afirmação descritiva de Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura em seu comentário sobre o Sri Chaitanya Bhagavata que dá os detalhes da vida de Vrindavana Dasa Thakura.
Verso 56
Entre todos os ramos de Sri Nityananda Prabhu, Virabhadra Gosañi é o mais elevado, Seus sub-ramos são ilimitados.
Verso 57
Ninguém é capaz de descrever os seguidores ilimitados de Nityananda Prabhu. Eu mencionei alguns deles apenas para minha purificação pessoal.
Verso 58
Todos esses ramos, os devotos do Senhor Nityananda Prabhu, estão repletos com os frutos maduros do amor de Krishna, assim distribuíram esses frutos a todos que encontraram, e os inundaram com o amor de Krishna.
Verso 59
Todos esses devotos têm poder ilimitado para entregar o amor incessante de Krishna sem obstruções. Eles podem pelo seu próprio poder oferecer a qualquer um Krishna e o amor de Krishna.
Iluminação de Srila Prabhupada:
Srila Bhaktivinoda Thakura cantou, krishna se tomara, krishna dite para, tomara sakati ache. Nessa canção, Bhaktivinoda Thakura descreve que um Vaishnava puro, como proprietário de Krishna e do amor de Krishna, pode entregar os dois para qualquer um que queira. Portanto, para obter Krishna e o amor de Krishna, a pessoa tem que procurar a misericórdia dos devotos puros. Srila Visvanatha Chakravarti Thakura também diz, yasya prasadad bhagavat-prasado yasyaprasadan na gatih kuto 'pi: "Pela misericórdia do mestre espiritual, a pessoa é abençoada com a misericórdia de Krishna. Sem a graça do mestre espiritual, a pessoa não pode fazer nenhum avanço". Pela graça de um Vaishnava ou o mestre espiritual autêntico, a pessoa pode obter tanto o amor do Supremo, Krishna, e o próprio Krishna.
Verso 60
Eu descrevi brevemente apenas alguns dos seguidores e devotos do Senhor Nityananda Prabhu. Mesmo Shesha Naga que tem mil bocas não pode descrever todos esses devotos ilimitados.
Verso 61
Com o desejo ardente de servir ao propósito de Sri Rupa e Sri Raghunatha, eu, Krishnadasa, narro o Sri Chaitanya Charitamrita, por seguir os passos deles.
Assim terminam os significados Bhaktivedanta do Sri Chaitanya Charitamrita, Adi-lila, Décimo Primeiro Capítulo, sobre a matéria das expansões do Senhor Nityananda.