Fonte: http://santosvaisnavassantos.blogspot.com.br
Este
capítulo descreve os passatempos infantis de Nityananda até Seus doze
anos de idade, época em que re-encenou os divinos passatempos de
Krishna, Rama, Vamana, e outros avataras de Vishnu. Este capítulo
descreve Sua peregrinaçäo por diferentes locais sagrados, que continuou
até Seus vinte anos.
Por ordem de Gaura Krishna, Ananta Deva já tinha manifestado Seu aparecimento no vilarejo de Ekachakra em Radadesh. Dessa maneira, Nityananda Prabhu apareceu como a lua que saiu do mar do ventre de Padma vati, esposa de Hadai Oja. E assim como a lua nascendo, dissipou toda escuridäo que encobria a terra de Radha através de Seu auspicioso aparecimento. Em criança, Nityananda constantemente brincava com Seus amigos de infäncia imitando os passatempos de Krishna.
Uma vez, Seus amigos assumiram o papel da assembléia dos deuses, que estavam desejosos de pedir ao Senhor para aliviar a carga de maldade que oprimia a Terra. Nityananda Prabhu levou consigo uma criança que se vestira como a terra, e junto com as crianças que faziam o papel dos diferentes deuses reunidos, foi para as margens do rio Ganges. Ali dirigiu-Se ao Senhor que descansa no oceano de leite, Kshirodakashayi Vishnu. Naquele momento, uma das crianças assumiu o papel de Senhor Vishnu, e escondendo-se sem ser vista pelas outras, falou numa voz grave para que todos pudessem ouvir: "Com certeza vou nascer em Goloka Mathura para aliviar a carga da Terra."
E assim Nityananda Prabhu encenava os diferentes passatempos de Krishna que o Senhor realizou durante a era de Dvapara. Encenou os passatempos do casamento de Vasudeva e Devaki, o nascimento de Sri Krishna na prisäo de Kamsa, a viagem de Vasudeva a Nandagram e como este carregou Krishna pelo rio Yamuna, além de sua volta de Nandagram e como trouxe junto consigo Mahamaya que acabava de aparecer como filha de Yasoda.
Encenou a morte de Putana, o carrinho que quebrou, os passatempos de Krishna roubando manteiga, e matando os demônios Dhenuka, Agha, e Baka. Também exibiu os passatempos de pastorear as vacas, levantar a colina de Govardhana, roubar as vestes das gopis e o Senhor concedendo misericórdia para as esposas dos brahmanas sacrificiais. Encenou os passatempos de enviar conselho secreto a Kamsa na forma de Narada, a matança do elefante Kuvalaya e os lutadores Canura e Mustika, e a morte de Kamsa.
Nityananda Prabhu também encenou o passatempo em que Vamanadeva enganou Bali para ganhar os três mundos, e assumiu o papel de Ramachandra. Seus amigos faziam o papel de soldados-macacos, e brincavam de construir uma ponte de pedras flutuantes atravessando o oceano, imitando os passatempos de Rama. Certa vez, Nityananda fez o papel de Lakshmana e, arco em punho, atacou o palácio de Sugriva. Uma vez pegou para Si o papel de Rama, encenando o passatempo de quebrar o orgulho de Parasurama. Outra vez, no papel de Lakshmana, fingiu matar Indrajit e depois desmaiar, acertado pelas poderosas flechas de Ravana, o rei-demônio.
Ele encenava o passatempo de tomar o remédio da colina de Gandamadana, trazida por Hanuman e se recuperava dos ferimentos depois de tomá-lo. Nityananda passou doze anos encenando esse tipo de passatempos. Naquela época, foi visitar os diferentes locais sagrados a fim de purificá-los dos pecados ali deixados pelos peregrinos que os visitam.
Visitou os locais sagrados tanto ao norte como ao sul da India, a pretexto de peregrinaçäo e dessa maneira esteve ocupado até o vigésimo ano de vida, quando chegou a Navadwip e encontrou Chaitanya Mahaprabhu. No decorrer de Sua peregrinaçäo pelos diferentes locais sagrados, Nityananda Prabhu encontrou Madhavendra Puri, Isvara Puri, e Brahmananda Puri. Nityananda passou muitos dias desfrutando do êxtase de krishna-katha na companhia de Madhavendra Puri e seus discípulos. Entäo foi visitar Setubandha, Danatirtha, Mayapuri, Avanti, Godavari Jiyura Nrsmha, Devapari, Trimala, Kurmaksetra e muitos outros locais sagrados.
Afinal, chegou a Jagannatha Puri, onde tomou darshan de Jagannatha Deva e foi levado ao êxtase profundo ao ver a Deidade. De Jagannatha Puri, retornou novamente a Mathura. O capítulo encerra com uma explicaçäo da renúncia do Senhor Nityananda.
O Senhor Nityananda, que também é idêntico ao próprio poderoso Balarama, manifestou durante esse período Seus passatempos de pregar o santo nome em amor por Deus. O capítulo conclui com uma descriçäo da grandeza de Nityananda Balarama.
Por ordem de Gaura Krishna, Ananta Deva já tinha manifestado Seu aparecimento no vilarejo de Ekachakra em Radadesh. Dessa maneira, Nityananda Prabhu apareceu como a lua que saiu do mar do ventre de Padma vati, esposa de Hadai Oja. E assim como a lua nascendo, dissipou toda escuridäo que encobria a terra de Radha através de Seu auspicioso aparecimento. Em criança, Nityananda constantemente brincava com Seus amigos de infäncia imitando os passatempos de Krishna.
Uma vez, Seus amigos assumiram o papel da assembléia dos deuses, que estavam desejosos de pedir ao Senhor para aliviar a carga de maldade que oprimia a Terra. Nityananda Prabhu levou consigo uma criança que se vestira como a terra, e junto com as crianças que faziam o papel dos diferentes deuses reunidos, foi para as margens do rio Ganges. Ali dirigiu-Se ao Senhor que descansa no oceano de leite, Kshirodakashayi Vishnu. Naquele momento, uma das crianças assumiu o papel de Senhor Vishnu, e escondendo-se sem ser vista pelas outras, falou numa voz grave para que todos pudessem ouvir: "Com certeza vou nascer em Goloka Mathura para aliviar a carga da Terra."
E assim Nityananda Prabhu encenava os diferentes passatempos de Krishna que o Senhor realizou durante a era de Dvapara. Encenou os passatempos do casamento de Vasudeva e Devaki, o nascimento de Sri Krishna na prisäo de Kamsa, a viagem de Vasudeva a Nandagram e como este carregou Krishna pelo rio Yamuna, além de sua volta de Nandagram e como trouxe junto consigo Mahamaya que acabava de aparecer como filha de Yasoda.
Encenou a morte de Putana, o carrinho que quebrou, os passatempos de Krishna roubando manteiga, e matando os demônios Dhenuka, Agha, e Baka. Também exibiu os passatempos de pastorear as vacas, levantar a colina de Govardhana, roubar as vestes das gopis e o Senhor concedendo misericórdia para as esposas dos brahmanas sacrificiais. Encenou os passatempos de enviar conselho secreto a Kamsa na forma de Narada, a matança do elefante Kuvalaya e os lutadores Canura e Mustika, e a morte de Kamsa.
Nityananda Prabhu também encenou o passatempo em que Vamanadeva enganou Bali para ganhar os três mundos, e assumiu o papel de Ramachandra. Seus amigos faziam o papel de soldados-macacos, e brincavam de construir uma ponte de pedras flutuantes atravessando o oceano, imitando os passatempos de Rama. Certa vez, Nityananda fez o papel de Lakshmana e, arco em punho, atacou o palácio de Sugriva. Uma vez pegou para Si o papel de Rama, encenando o passatempo de quebrar o orgulho de Parasurama. Outra vez, no papel de Lakshmana, fingiu matar Indrajit e depois desmaiar, acertado pelas poderosas flechas de Ravana, o rei-demônio.
Ele encenava o passatempo de tomar o remédio da colina de Gandamadana, trazida por Hanuman e se recuperava dos ferimentos depois de tomá-lo. Nityananda passou doze anos encenando esse tipo de passatempos. Naquela época, foi visitar os diferentes locais sagrados a fim de purificá-los dos pecados ali deixados pelos peregrinos que os visitam.
Visitou os locais sagrados tanto ao norte como ao sul da India, a pretexto de peregrinaçäo e dessa maneira esteve ocupado até o vigésimo ano de vida, quando chegou a Navadwip e encontrou Chaitanya Mahaprabhu. No decorrer de Sua peregrinaçäo pelos diferentes locais sagrados, Nityananda Prabhu encontrou Madhavendra Puri, Isvara Puri, e Brahmananda Puri. Nityananda passou muitos dias desfrutando do êxtase de krishna-katha na companhia de Madhavendra Puri e seus discípulos. Entäo foi visitar Setubandha, Danatirtha, Mayapuri, Avanti, Godavari Jiyura Nrsmha, Devapari, Trimala, Kurmaksetra e muitos outros locais sagrados.
Afinal, chegou a Jagannatha Puri, onde tomou darshan de Jagannatha Deva e foi levado ao êxtase profundo ao ver a Deidade. De Jagannatha Puri, retornou novamente a Mathura. O capítulo encerra com uma explicaçäo da renúncia do Senhor Nityananda.
O Senhor Nityananda, que também é idêntico ao próprio poderoso Balarama, manifestou durante esse período Seus passatempos de pregar o santo nome em amor por Deus. O capítulo conclui com uma descriçäo da grandeza de Nityananda Balarama.
TEXTO DO CAPITULO
Todas as glórias a Sri Krishna Chaitanya, o oceano de misericórdia. Todas as glórias a Nityananda Prabhu, o amigo dos desamparados. Todas as glórias à vida e alma de Sri Advaita Acharya. Todas as glórias Aquele que é o único refúgio de Srivasa e Gadadhara. Todas as glórias a Visvambhara, o filho de Jagannatha Misra e Sacidevi que é sempre amado por Seus devotos e seguidores.
Antes do advento de Sri Chaitanya Mahaprabhu, o próprio Ananta deva apareceu por ordem do Senhor. Tomou nascimento em Radha Desa a fim de ajudar a encenar a divina lila do Senhor. O nome de Seu pai era Hadai Oja e Sua mäe era Padmavati. Apareceu no vilarejo de Ekachakra na terra de Gauda. Desde a infância era calmo, altamente inteligente e supremamente qualificado. O bebê era milhöes de vezes mais lindo que cupido.
Desde o momento de seu nascimento, surgiram em Radha Desa todos sintomas auspiciosos. Todas variedades de fome, pobreza, e infelicidade imediatamente desapareceram. No dia em que Sri Gaurachandra fez Seu advento em Sridhama Navadwip, Nityananda Prabhu gritou de alegria. O vasto universo ficou saturado dos sons de Seus gritos e o mundo inteiro ficou atônito. Alguns diziam: "O relâmpago desceu à Terra." Muitos podiam entender que o poderoso distúrbio era resultado de algum poder divino. Alguns diziam: "Sabemos a causa. O mestre de Gauda falou numa voz de troväo." E dessa maneira, todos davam suas diferentes opiniöes. Porém pelo poder da energia ilusória de Krishna, ninguém conseguia reconhecer a posiçäo transcendental de Nityananda Prabhu.
Desta forma, mantendo Sua natureza divina imanifesta, o Senhor Supremo, Nityananda Prabhu se encantava com a companhia de crianças. Em todos jogos que o Senhor jogava com as crianças, Krishna era o centro. Na verdade, a brincadeira deles näo era outra senäo a lila do Senhor. Nityananda Prabhu fazia realizar uma assembléia de deuses com uma das crianças fazendo o papel da Terra que apresentava o pedido dos semideuses ao supremo Senhor Vishnu. Todos íam junto com a Terra até as margens do rio onde rezavam em conjunto ao invisível Senhor do universo, Kshirodakashayi Vishnu.
Sem ser visto por todos, um dos meninos proclamava em voz alta de seu esconderijo: "Dentro em breve nascerei no vilarejo pastoril de Mathura." Noutro dia, Nityananda Prabhu e Seus amigos de infância se reuniam no vilarejo para celebrar o casamento de Vasudeva e Devaki. Certa vez, tendo transformado a casinha de brinquedo deles na prisäo de Kamsa, reencenou o passatempo do divino aparecimento de Krishna na calada da noite. Nityananda Prabhu construiu um arraial de vaqueiros e levou Krishna até lá, enganando Kamsa ao substituir Yogamaya por Krishna dentro da prisäo.
De outra feita, vestiu um de Seus amigos de infância como Putana, enquanto outro menino, subindo ao colo dela, fingia sugar seu seio tal como o bebê Krishna. Certa vez, tendo construído um carrinho feito de juncos com o auxílio das crianças, Nityananda Prabhu quebrou-o. Nityananda Prabhu costumava trazer Seus amigos de infância para a casa do leiteiro local, e roubava leite e iogurte, seguindo os passos de Krishna. Seus amigos nunca deixavam Sua companhia, tampouco voltavam para suas casa, mas dia e noite ficavam brincando na companhia de Nityananda Prabhu.
E os pais e mäes também näo reclamavam, mas todos amavam Nityananda de coraçäo e alma. Ele costumava acolher Seus parentes e amigos num afetuoso abraço. Ao presenciarem Seus maravilhosos passatempos infantis, todos diziam: "Nunca vimos brincadeiras täo maravilhosas. Como é possível que essa criança tenha aprendido todas essas atividades de Krishna?" Certo dia tendo feito serpentes com as folhas das árvores, levou as crianças para um laguinho. Uma das crianças entrava n'água e boiava imóvel. Nityananda acordava-a.
Certo dia levou as crianças para um bosque de palmeiras, onde brincaram de matar o demônio Dhenuka e provar das frutas das palmeiras, chamadas tal. Frequentemente, Ele ia aos pastos e ali brincava de diferentes jogos com as crianças. Depois de construir demônios de brinquedo e os chamar de Baka, Agha, e Vatsa, matava-os. Nityananda Prabhu retornava para casa com seus amigos à tardinha, todos tocando berrantes.
Num dia Ele imitava o passatempo de Krishna de levantar a Colina de Govardhana. Noutro dia depois de construir a réplica de Vrindavana, ia brincar lá com Seus amigos. Num dia Ele roubava as vestes das gopis e noutro dia visitava as esposas dos brahmanas ocupados em sacrifícios. Uma das crianças fazia o papel de Narada Muni e disfarçado com uma barba, dava conselho confidencial a Kamsa. Certo dia um dos meninos vestiu-se como Akrura e levou Krishna e Balarama embora de Vrindavana por ordem de Kamsa. Nityananda Prabhu chorou de desgosto, sentindo separaçäo de Krishna no humor das gopis. Rios de lágrimas brotavam de Seus olhos na frente das outras crianças.
Influenciados pela energia ilusória de Vishnu, ninguém conseguia entender a natureza transcendental da lila divina de Nityananda Prabhu enquanto todas crianças brincavam em Sua companhia. Depois de construir a réplica de Mathura, ia passear com os meninos. Alguns deles escolhiam fazer guirlandas e outros usavam as guirlandas. Nityananda Prabhu vestia um deles como Kubja e ficava perfumado por ela.
Certo dia, ao fazer um arco, Nityananda Prabhu o quebrou com um som estrondoso. Após matar o elefante Kuvalayapida e os lutadores Canura e Mustika, abatia e arrastava pelo cabelo um dos meninos que assumira o papel de Kamsa. Tendo matado Kamsa, dançava alegremente com as crianças. Dessa maneira, os passatempos de menino de Nityananda Prabhu faziam todas pessoas de Ekachakra rirem encantadas.
Nityananda Prabhu imitava em Seus passatempos as atividades transcendentais de todos avatars de Deus. Certo dia Nityananda Prabhu era Vamana e outra criança fazia de Bali Maharaja. Assim, Nityananda Prabhu conseguia enganá-lo até receber os três mundos como caridade, mesmo apesar de uma das crianças, vestida como um velho, no papel de Sukracharya, proibir tal dádiva. Entäo, Nityananda Prabhu como Vamana, após aceitar a dádiva de Bali, colocou Seus pés de lótus sobre a cabeça daquele menino.
Um dia, Nityananda Prabhu brincou de construir uma ponte de árvores e pedras atravessando o oceano, e as crianças faziam o papel de soldados-macacos. Assim, Ele decepava plantas das varandas e as jogava n'água, fingindo que eram árvores gigantes, e as crianças berravam "Jaya Rama! Jaya Raghunatha! Vitória a Rama! Vitória ao Senhor da dinastia Raghu!"
O próprio Senhor assumiu o papel de Laksmana, e arco em punho, fez Seu caminho até o palácio de Sugriva e, num acesso de ira, disse: "Seu macaco desgraçado! Meu Senhor Rama está ficando atormentado pelas suas açöes. Meu Senhor está esperando na montanha Malyavan, sobrecarregado pelo pesar. E você, seu macaco malvado, está ocupado se divertindo com mulheres! Se quiser que Eu poupe sua vida, entäo vá até Rama o mais rápido que puder, e ofereça-Lhe ajuda!"
Noutro dia, no humor de Lakshmana, Ele castigava Parasurama, irado, dizendo, "ó brahmana - näo Me responsabilizo pelo que Te acontecer se näo fugires imediatamente." As crianças, na sua inocência, viam a absorçäo de Nityananda Prabhu no humor de Lakshmana como sendo nada mais que brincadeira infantil. Näo tinham nenhum conhecimento quanto à Sua posiçäo como Suprema Personalidade de Deus. Alguns deles passeavam pela floresta como cinco macacos, e no papel de Lakshmana, Nityananda Prabhu perguntava: "Quem säo vocês macacos que erram pela floresta? Digam! Sou o servo de Raghunatha!"
E eles por sua vez diziam: "Erramos por aqui de medo de Bali. Leve-nos a Rama! Aceitamos a poeira de Teus pés sobre nossas cabeças." Dando-lhes forte abraço, Ele os levava ao mestre e se prostrava diante dos pés de Rama, caindo reto como uma vara. No papel de Lakshmana, certo dia Nityananda Prabhu foi atingido por Indrajit. Noutro dia Ele brincava de matar Indrajit. Fazendo com que um dos meninos assumisse o papel de Vibhisana, levava este à presença de Rama e o instalava como rei de Lanka.
Outra criança gritava: "Olhem! Agora estou chegando como Ravana. Cuidado com as setas de meu arco. Que Lakshmana Se proteja se puder!" Nisso, a criança que fazia papel de Ravana lançava uma flor de lótus em Nityananda Prabhu, que caía ao solo sem sentidos, no humor de um Lakshmana derrotado.
Tendo desmaiado, Nityananda Prabhu näo levantava. Embora os meninos tentassem de várias maneiras acordá-lo, Nityananda Prabhu näo demonstrava sinais de vida em parte alguma do corpo. As crianças colocavam suas mäos na cabeça e choravam e gritavam. Ouvindo seus lamentos, a mäe e pai de Nityananda Prabhu acorriam ao local. Encontrando seu filho sem vida, ambos caíam no chäo, sem sentidos.
Todas pessoas do vilarejo se reuniam ali e observavam a cena espantadas. As crianças explicavam tudo. Alguém da multidäo dizia: "Já sei o motivo de tudo isso. Muito tempo atrás, um ator estava fazendo o papel de Dasaratha e morreu ao ouvir sobre o exílio de Rama na floresta." Outro dizia: "O menino só está representando seu papel. Assim que Hanuman conseguir o remédio e administrá-lo, se recuperará."
É claro que Nityananda Prabhu já tinha explicado isso às crianças. Dissera-lhes: "Assim que Eu cair, todos devem fazer uma roda em volta de Mim e chorar. Depois de um tempinho, mandem Hanuman ir-se. Minha vida será restituída se aplicarem o remédio ao Meu nariz." Porém assim que o Senhor que estava fazendo Seu papel com perfeiçäo, ficou inconsciente, as crianças ficaram muito agoniadas. Perderam completamente o julgamento e nem sequer se lembravam das instruçöes de Nityananda Prabhu.
Elas simplesmente choravam e gritavam, e clamavam: "ó irmäo: levanta!" Mas os comentários dos espectadores fizeram-nas lembrar dos conselhos do Senhor. Entäo, uma das crianças foi embora como Hanuman e outra vestida como sábio atravessou-se em seu caminho. Saudando-o com uma oferenda de frutas e raízes, o sábio disse: "Por favor fique comigo algum tempo, querido amigo, e abençoe meu humilde abrigo. Somente através de grande fortuna é que se pode obter a companhia de alguém como você."
Hanuman respondeu: "Minha tarefa é urgente. Tenho que apressar-me. Näo posso parar; por favor desculpe-me mas tenho que dizer adeus. Deves ter ouvido falar de Lakshmana, o irmäo mais novo de Rama. Ravana fê-Lo desmaiar com sua flecha-shakti. Tenho que correr até a montanha Gandhamadana. Agora a vida Dele só poderá ser salva se eu trouxer o remédio certo." A criança que fazia papel de Hanuman falou todas essas linhas como fora treinada por Nityananda Prabhu. Todos observavam espantados.
A pedido do sábio, Hanuman foi até um lago próximo para se banhar. Outra criança agarrou seus pés em baixo d'água. Assim, a criança fazia papel de um crocodilo e puxava Hanuman para dentro d'água. O ator infantil que era Hanuman arrastou o crocodilo até a margem e o derrotou. Entäo Hanuman encontrou um inimigo ainda mais formidável.
Uma criança disfarçada de Rakshasa corria atrás de Hanuman e ameaçava comê-lo, dizendo: "Derrotaste o crocodilo, mas agora tens de derrotar a mim. Quem irá ressucitar Lakshmana se eu te engolir vivo?" Hanuman respondia: "Teu Ravana é um cachorro inútil. Sebo nas canelas e te manda daqui." Dessa maneira as duas crianças lutaram até que ambas se agarraram pelos cabelos. Começaram a se bater com os punhos. Depois de algum tempo, Hanuman derrotou o Rakshasa.
Finalmente, a criança que era Hanuman fez seu caminho até a montanha Gandhamadana. Ali, alguns meninos vestidos da Gandharvas lutaram com ela algum tempo e, depois de derrotar os Gandharvas, Hanuman trouxe a montanha Gandhamadava sobre sua cabeça. Uma das crianças, agindo como médico, lembrando de Rama aplicou o remédio ao nariz de Nityananda Prabhu, que estava fazendo papel de Lakshmana. Por fim, o grande Senhor, Nityananda Prabhu, recobrou a consciência e ficou de pé.
Nisso, todos pais e o resto riram. Hadai Pandit pegou a criança nos braços e todos meninos ficaram encantados. Todos perguntavam: "Minha querida criança, onde aprendeu todas essas coisas?" E o Senhor rindo, respondia: "Todos esses säo Meus passatempos divinos."
Em Sua primeira infância, o corpo do Senhor era delicadamente belo. Ninguém queria parar de abraçá-Lo. Todos O amavam mais que a seus próprios filhos. Através da potência ilusória do Senhor, ninguém conseguia reconhecê-Lo como a Suprema Personalidade de Deus. Dessa maneira, desde Sua primeira infância, Nityananda Prabhu gostava mais era de ensaiar os passatempos de Krishna.
Todas as crianças, deixando seus pais e lares, constantemente brincavam na companhia de Nityananda Prabhu. Ofereço minhas humildes reverências centenas de vezes aos pés de lótus de todos aqueles meninos que assim brincavam com o Supremo Senhor Nityananda Prabhu. Dessa forma, Nityananda Prabhu representava Seus passatempos, e desde a infância, nada O agradava mais que a lila do Senhor Krishna.
Quem tem o poder de descrever os passatempos transcendentais de Ananta? Estes só säo revelados através de Sua misericórdia, por Sua própria vontade. E assim, Nityananda Prabhu passou em casa os primeiros doze anos de Sua vida. Foi entäo que partiu em peregrinaçäo, visitando os diferentes locais sagrados da India. Vagou como peregrino até Seu vigésimo ano de vida e aí apareceu diante de Sri Chaitanya Mahaprabhu.
Ouçam a descriçäo feita nesse Adi-lila do Chaitanya Bhagavata, da peregrinaçäo de Nityananda Prabhu, a Suprema Personalidade de Deus que só os ateístas malvados e pecaminosos blasfemam. Nityananda Prabhu salvou o mundo todo. Ele é um oceano de misericórdia inigualável. Somente por Sua misericórdia é que compreendo a verdade sobre Sri Chaitanya Mahaprabhu. Somente através Dele é que foi proclamada a grandeza de Sri Chaitanya Mahaprabhu. Escutem como Nityananda Prabhu, o mais querido por Sri Chaitanya Mahaprabhu, viajou a todos tirthas sagrados da India.
O Senhor primeiro visitou o local sagrado conhecido como Vakreshwara. Dali viajou completamente sozinho ao bosque de Vaidyanatha. Depois de visitar Gaya, foi para Kasi, a sede do Senhor Shiva, onde a corrente do Ganges começa a fluir rumo ao norte. Em Kasi, banhou-Se no Ganges, e com sede insaciável bebeu de suas doces águas. Tomou Seu banho matinal em Prayaga no mês de Magha e dali foi ao local de Seu nascimento anterior, em Mathura. Tendo Se divertido nas águas do Yamuna em Vishrama-ghata, o Senhor perambulou ao redor da colina de Govardhana em grande êxtase e assim caminhou através de todas doze florestas de Vrindavan.
Visitou a casa de Nanda Maharaja em Gokula, e sentando naquele local sagrado, chorou de emoçäo. Prestando reverências a Madana Gopala, o Senhor viajou até Hastinapura, lar dos Pandavas, e ao ver o local daqueles grandes devotos, o Senhor derramou lágrimas. Todos que ali viviam, näo sendo devotos, näo conseguiam entender. Ele se curvou, contemplando as glórias de Balarama na cidade de Hastinapura e em Seu êxtase, gritava: "Que Balarama, que segura o arado, salve a todos nós." Entäo, Nityananda Prabhu foi para Dvaraka onde Se banhou no mar com grande júbilo. Foi para Siddhapura, a sede de Kapila, e no local sagrado conhecido como o tirtha do peixe, Matsya-tirtha, distribuiu grandes quantidades de arroz cozido num grande festival. Nityananda Prabhu visitou Shiva-Kanchi e Vishnu-Kanchi e riu ao ver a amarga cisma entre os seguidores de Vishnu e os de Shiva.
Foi para Kurukshetra, Priti-daksa, Bindhu-sarovara, Prabasa, e Sudarshana-tirtha, e após fazer uma visita ao sagrado tirtha de Trita-kupa, foi para Nisala e dali a Brahma-tirtha e depois Chakra-tirtha. O Senhor visitou Pratisrota que fica próxima ao Saraswati ocidental. Dali, aquela grande personalidade magnânima, Nityananda Prabhu, viajou para Naimisaranya.
Naquela época, Nityananda Prabhu foi até a cidade de Ayodhya e chorou ao contemplar o sagrado local de nascimento de Sri Rama. Entäo foi para o reino de Guhaka, o chandala, onde Nityananda Prabhu caiu inconsciente por puro êxtase. Lembrando da devoçäo de Guhaka-chandala, Nityananda Prabhu ficou inconsciente três dias. Em todas essas florestas, onde o Supremo Senhor Rama havia parado para passar alguns dias, Nityananda Prabhu rolou no chäo pela agonia da separaçäo.
Ele foi até as margens do rio Sarayu e Se banhou em suas águas e dali foi para Kausaki, depois para o sagrado retiro de Paulastya, o sábio. Depois de banhar-Se em todos tirthas sagrados dos rios Gomati, Gandhaki, e Soma, subiu ao cume do monte Mahendra, e tendo prestado Suas reverências ali para Parasurama, proseguiu para Hardwara, onde o fluxo do Ganges se origina nesta terra. Entäo visitou Pampa, Bhima-rati, e Sapta-Godavari, após banhar-Se nos tirthas de Benva e Bhipasa.
O grande Nityananda Prabhu entäo foi ver Karttika e foi até a montanha de Sri, onde moram Shiva e Parvati. Na forma de um brahmana e sua esposa, Shiva e Parvati residiam no topo da montanha conhecida como Sri. Ambos reconheceram a própria Deidade adorada deles, Nityananda Prabhu, que assim viajara aos locais sagrados disfarçado como avadhuta. Ambos se regozijaram ao contemplar seu hóspede, e a própria deusa Parvati, com suas próprias mäos, alegremente cozinhou prasadam para Nityananda Prabhu. Como Shiva e Parvati fizeram oferendas de alimentos a Nityananda Prabhu com grande estima, Ele sorriu e ofereceu Suas reverências a ambos.
As conversas confidenciais que mantiveram entre si, só o próprio Krishna poderia compreender. Despedindo-Se, Nityananda Prabhu foi para Dravida. Depois de visitar Vyenkattanatha, Kamakosti-puri, e Kanch, chegou no famoso curso do Kaveri e dali foi ao local sagrado de Sri Rangam, onde ficou por algum tempo. De lá, foi para Hari-ksetra, e entäo visitou o monte Rsabha. Aí viajou para Matura do Sul, Krtamala, Tamraparni, e depois viajou na direçäo norte ao Yamuna, onde visitou a casa de Augustya na montanha Malaya.
O povo de lá se encheu de grande júbilo ao contemplar o magnânimo Nityananda Prabhu que aceitava sua hospitalidade, e dali, com grande prazer, viajou para Badarikashrama. Nityananda Prabhu ficou por algum tempo na morada de Naranarayana Rshik e passou a estadia em completo isolamento. Dali viajou para a residência de Vyasa, que reconheceu Nityananda Prabhu como o próprio poderoso Balarama.
Tornando-Se visível, Vyasa deu as boas-vindas a seu hóspede e o Senhor ofereceu Suas reverências diante de Srila Vyasadeva. Naquela ocasiäo, Nityananda Prabhu viajou até a sede dos budistas, onde o Senhor encontrou-os sentados juntos. Questionou-os, porém ninguém respondeu. Ficando irado com os budistas, o Senhor chutou-lhes as cabeças. Rindo, os budistas fugiram e Nityananda Prabhu continuou Sua peregrinaçäo sem desanimar.
Naquela época, o Senhor chegou à cidade de Kanyaka, e depois de visitar Durga-devi, viajou para o mar do sul da India. Depois disso, Nityananda Prabhu foi até o topo de Sri Ananta e dali ao lago das cinco apsaras dançarinas ou ninfas celestiais. O Senhor entäo visitou o templo de Shiva chamado Gokama. Viajou de porta em porta por Kerala e Trigartha, e depois de ver a honrada esposa de Dvaipayana, Nityananda Prabhu viajou a Nirbindhya, Payosni, e Tapti, no decorrer de Suas divinas atividades.
Visitou Reva, a cidade de Mahismati e Malatirtha, e aí o Senhor virou em direçäo ao oeste, viajando por Suparakha. Nityananda Prabhu näo tinha nenhum temor. Nunca teve medo de ninguém, durante Suas viagens. Seu corpo parecia fraco, devido à constante absorçäo em consciência de Krishna. Nityananda Prabhu ria e chorava de vez em quando. Quem poderia entender Seus humores transcendentais? Assim eram as viagens do Senhor Nityananda Prabhu enquanto vagava de um local ao próximo, visitando os tirthas sagrados.
Naquela época, por puro acidente, encontrou com Madhavendra Puri. O corpo de Madhavendra Puri estava carregado de amor divino por Sri Krishna. Madhavendra Puri vinha acompanhado de todos seus discípulos, que estavam cheios de krishna-prema. Madhavendra Puri näo provava de nenhum alimento sem ser as doces qualidades de Krishna. As doçuras da consciência de Krishna eram seu único sustento. Todo seu corpo era o local dos passatempos de Krishna. Näo pode haver maior louvor de seu amor por Krishna, que dizer que o grande Advaita Acharya Prabhu era discípulo de Madhavendra Puri.
Assim que Nityananda Prabhu viu Madhavendra Puri, perdeu a consciência externa, e ficou imóvel, sendo tomado de amor divino. E assim que Madhavendra Puri viu Nityananda Prabhu também perdeu a consciência externa e esqueceu do mundo a seu redor. O próprio Sri Chaitanya Mahaprabhu declarava volta e meia que Madhavendra Puri e o mestre original da devoçäo pura. Como Nityananda Prabhu e Madhavendra Puri desmaiaram ao se verem, Isvara Puri e todos outros discípulos de Madhavendra Puri choraram.
Após recobrar a consciência externa, ambos começaram a se abraçar, derramando lágrimas de êxtase. Os dois grandes mestres rolavam no chäo no êxtase do amor divino e, transformados pelo júbilo, gritavam palavras de alegria com vozes de troväo. Lágrimas de amor fluiam como rios dos olhos desses dois grandes mestres. E molhada de lágrimas, a Terra se sentiu abençoada. Näo chegava ao fim a demonstraçäo de êxtase transcendental que aquelas duas grandes almas exibiam, seus corpos tremendo enquanto lágrimas fluiam de seus olhos e seus pelos se arrepiavam, pois o próprio Chaitanya Mahaprabhu dançava em seus coraçöes.
Nityananda Prabhu disse: "Hoje consegui a plena realizaçäo de todas peregrinaçöes que fiz, pois nesse dia Meus olhos contemplaram os santos pés de Madhavendra Puri. Minha vida foi glorificada por testemunhar tanto amor divino como o que ele tem. Acolhendo Nityananda Prabhu num abraço apertado, Madhavendra Puri, engasgado de amor divino, näo conseguia emitir palavras para responder. E na sua alegria, Madhavendra Puri näo queria soltar Nityananda Prabhu de seu abraço. Isvara Puri, Brahmananda Puri, e todos outros discípulos de Madhavendra Puri se sentiam irresistivelmente atraídos por Nityananda Prabhu. Embora tivessem conhecido tantos santos renunciados, näo conseguiam detectar nenhum vestígio de amor por Krishna em qualquer um deles. E por conhecer tais almas desafortunadas e duras, conseguiam apenas desgosto.
E estando desgostosos, buscaram refúgio nas florestas. Mas agora todas suas tristezas haviam sido aliviadas ao contemplar em outrem a manifestaçäo de amor por Krishna. Por dias, Nityananda Prabhu viajou na companhia de Madhavendra Puri, deliciando-se ao discutir os passatempos de Krishna. O serviço devocional de Madhavendra Puri é um assunto maravilhoso para se falar. Ele costumava desmaiar ao ver uma nuvem enegrecida. Dia e noite, intoxicado de amor por Krishna, ele ria e chorava, delirava e tresvariava, e gritava de tristeza igual a um bêbado.
E Nityananda Prabhu, intoxicado do néctar da doçura de Govinda, cambaleava e tropeçava. Caindo no chäo, ria muito. Ao contemplar o maravilhoso humor de Madhavendra Puri e Nityananda Prabhu, a fraternidade de discípulos constantemente cantava o nome de Hari. Intoxicados pelo doce sabor do amor divino, ninguém sabia quando era dia ou noite, e o tempo perdeu todo significado. Quem pode compreender as conversas que Nityananda Prabhu tinha com Madhavendra Puri? Só Krishna sabe seu significado. Madhavendra Puri näo conseguia suportar a perda da companhia de Nityananda Prabhu, mas se deliciava com sua constante associaçäo. Ele disse: "Embora tenha viajado a muitos tirthas sagrados, näo consegui achar em lugar algum nenhum amor por Deus como o Teu. Tendo obtido a companhia de um amigo como Nityananda Prabhu, percebi a misericórdia de Krishna. Krishna é täo bondoso! Onde quer que possamos obter a associaçäo de Nityananda Prabhu, aquele local é mais que Vaikuntha e todos tirthas sagrados combinados. Apenas por ouvir sobre a devoçäo de um devoto assim como Nityananda Prabhu, certamente se chega a Sri Krishnachandra. E quem quer que tenha a menor aversäo a Nityananda Prabhu, nunca poderá ser amado por Krishna mesmo que seja devoto de Krishna."
Dessa maneira, Madhavendra Puri glorificava Nityananda Prabhu dia e noite e O servia com amor e atençäo. O próprio Nityananda Prabhu achava Madhavendra Puri Seu guru e assim ocupadas, essas duas grandes almas ficavam täo absorvidas no amor por Krishna que näo conseguiam dizer se era dia ou noite. Assim, após passar algum tempo na companhia de Madhavendra Puri, Nityananda Prabhu partiu em Sua viagem à ponte de Rama conhecida como Setubhanda, no extremo sul da India.
Madhavendra Puri foi-se para visitar o rio Sarayu. Estando completamente absortos em Krishna, nenhum dos dois conseguia se lembrar de seu próprio corpo físico. Completamente esquecidos de si mesmos, passavam dias na agonia da separaçäo um do outro, e assim a vida deles foi preservada. Pois se tivesse permanecido alguma consciência externa, teria-lhes sido impossível sobreviver à agonia da separaçäo. Quem ouvir este relato de Nityananda Prabhu e Madhavendra Puri com fé e devoçäo, obtém o tesouro de amor por Krishna.
Dessa forma, Nityananda Prabhu perambulava no êxtase de amor divino e depois de algum tempo chegou a Setubhanda, a ponte de Rama. Após banhar-Se no ghat de Dana-tirtha, foi para Rameshvara, e dali, chegou a Vijayanagar. Tendo visitado Mayapuri, Avanti, e Godavari, o Senhor chegou à sede de Jiyur-Nrsimhadeva. Ele visitou Trimala, e o sagrado santuário de Kurmanatha. Afinal, partiu para ver Sri Jagannatha-deva, a lua de Nilacala.
Assim que entrou na cidade do Senhor Jagannatha, o bem-aventurado dono de Nilacala, desmaiou ao ver a chakra do Senhor. Tomou darshan de Jagannatha, vendo Sua forma quádrupla do Chaturvyuha plenamente manifesta em toda Sua alegria junto com todo corpo de Seus seguidores. Nityananda perdeu a consciência no êxtase daquela visäo, e uma vez que a recobrou, a perdeu novamente. Isso continuava repetidamente. Nityananda Prabhu experimentava tremores, suores, lágrimas de alegria caindo ao solo, gritava palavras de êxtase numa voz tonitruante.
Quem consegue descrever o êxtase de Nityananda Prabhu? Depois de passar algum tempo dessa forma em Jagannatha Puri, Nityananda Prabhu voltou à Sua viagem e com grande entusiasmo, visitou o local onde o Ganges se encontra com o oceano. Quem pode descrever plenamente todas Suas viagens a diferentes locais sagrados? Só registrei uma fraçäo delas, por Sua misericórdia. Depois de visitar os tirthas sagrados dessa maneira, Nityananda Prabhu retornou a Mathura, e passou a residir em Vrindavana e ficava ali dia e noite absorto em pensamentos de Krishna.
Ele näo comia nada, e só de vez em quando bebia algum leite se alguém Lhe desse sem que o pedisse. Nityananda Prabhu pensava Consigo mesmo: "Sri Gaurachandra está ficando em Navadwip, mas Sua divina glória está permanecendo oculta. Assim que o Senhor decidir manifestar Sua divindade, imediatamente irei a Navadwip e cumprirei Meu papel a Seu serviço. Dessa forma, tendo Se decidido, Nityananda Prabhu näo foi a Navadwip, nem deixou Mathura, mas Se divertia constantemente nas águas do Yamuna e brincava na poeira de Vrindavana com as crianças.
E embora Nityananda Prabhu possua potência completa em todos respeitos, absteve-Se de conceder devoçäo por Vishnu a qualquer pessoa, ensando Consigo mesmo que quando o Senhor Gaurachandra Se manifestasse, entäo chegaria o tempo de realizar o passatempo de distribuir amor divino por ordem do Senhor. Por pensar que näo devia fazer nada exceto com o comando de Sri Chaitanya Mahaprabhu, a grandeza do serviço do Senhor näo é diminuída, e portanto Nityananda Prabhu aguardava o comando do Senhor.
Nada se move sem a ordem do Senhor Supremo, Sri Chaitanya Mahaprabhu. E ninguém pode fazer nada sem Sua sançäo, mesmo que seja Ananta, Brahma, Shiva, ou qualquer um dos deuses. Os destruidores, governantes, e mantenedores do universo cumprem seu dever somente por ordem de Sri Chaitanya. Aqueles pecadores cujas mentes se acham aflitas por causa disso, säo completamente desqualificados para serem vistos por um Vaisnava. Os três mundos säo testemunhas do fato que todos obtiveram o tesouro do amor por Deus pela misericórdia de Nityananda Prabhu. Ele é o primeiro dos devotos de Sri Chaitanya Mahaprabhu. Sua língua preza muito o glorioso louvor a Sri Chaitanya Mahaprabhu.
Nityananda Prabhu discursa sobre Chaitanya noite e dia; por serví-Lo, se obtém devoçäo a Sri Chaitanya. Todas as glórias a Nityananda Prabhu, o Senhor primordial, por Cuja misericórdia podemos compreender as glórias de Sri Chaitanya Mahaprabhu. Apego a Nityananda Prabhu é a dádiva da misericórdia de Sri Chaitanya Mahaprabhu. Para quem conhece Nityananda Prabhu näo existe perigo em lugar algum. Se alguém deseja atravessar para além desse mundo de escuridäo e mergulhar no oceano da devoçäo, que sirva Nityananda, que se assemelha à lua. Alguns dizem que Nityananda é o próprio Balarama, outros que Ele é a morada do amor divino por Sri Chaitanya; que digam o que quiserem. Quer Nityananda seja um asceta, um devoto, ou um sábio; seja o que for em relaçäo a Sri Chaitanya, possam Seus pés de lótus Se implantarem com firmeza dentro dos coraçöes de todos. Se após ouvir tantas boas qualidades de Nityananda Prabhu, ainda houver alguma alma pecaminosa que näo O aprecie ou que deseje de alguma forma caluniá-Lo ou blasfemá-Lo, entäo eu chuto seu rosto com meu pé esquerdo.
Certos seguidores de Sri Chaitanya falam de Nityananda Prabhu de tal forma que embora pareçam falar mal Dele, na verdade estäo louvando-O. Tais Vaisnavas exaltados (como Advaita Acharya) säo sempre puros de coraçäo e transcendentalmente honestos. A aparente rixa e desacordo deles simplesmente é uma lila ou brincadeira. Se observarmos o desacordo deles externamente e tomarmos partido de um, caluniando o outro, estaremos derrotados. Por seguir somente aqueles que censuram toda calúnia a Nityananda, se obtém Sri Chaitanya. Quando será meu dia em que obterei a visäo divina de Sri Chaitanya Mahaprabhu e Nityananda Prabhu, rodeados pela assembléia dos devotos? Que Nityananda Prabhu seja meu eterno mestre de todas maneiras. Permanecendo leal a Nityananda Prabhu, que eu possa servir os sagrados pés de Sri Gaurachandra. Que eu possa ler o sagrado Bhagavata aos pés de Nityananda Prabhu nascimento após nascimento.
Esta é meu anseio. Todas as glórias ao Supremo Senhor, Sri Chaitanya Mahaprabhu. Tu nos deste Nityananda Prabhu e também no-Lo-tomastes. E no entanto, ó Mahaprabhu, conceda-me apenas um favor - que minha mente possa permanecer sempre apegada a Ti e a Nityananda Prabhu. Ele é Teu maior devoto; sem Teu consentimento, ninguém pode chegar aos pés de lótus Dele. Nityananda Prabhu perambulava por Vrindavana e diferentes locais sagrados até que Sri Chaitanya Mahaprabhu manifestou Sua divindade. Quem quer que ouça este relato das peregrinaçöes de Nityananda Prabhu obtém o tesouro do amor divino. Sri Krishna Chaitanya é a vida e alma de Nityananda Prabhu. Vrindavan Das, orando aos pés de lótus Deles canta o Sri Chaitanya Bhagavata.